Pensata

Crônica amiga #02

Como combinamos na semana passada, toda quarta vai ser dia de Crônica aqui no blog. Por sinal, estamos cheias de tags fixas, já repararam? Estou colocando ordem na casa hahaha.

E como ainda não terminei as minhas, hoje vou colocar mais uma crônica amiga. Dessa vez é do blog Um Travesseiro para dois, onde – como o nome sugere – o blogger Márcio Rodrigues aborda “as dores e delícias” dos relacionamentos. E esse texto também foi sugestão de um leitor assíduo do blog, confiram: “Vocês estão estragando tudo“.

Fotos-em-Paris-Fabiana-Maruno-Fotógrafa-Booking-cidade-luz-look-Lari-Duarte-dicas-torre-eiffel-tour-blog-112

“É difícil ter que continuar nadando nesse mar de gente  sem coração. É por isso que cada vez mais a gente vê tantas pessoas desacreditando sobre os mais bonitos sentimentos dessa vida. Talvez seja por isso também que os refrões de mais sucesso são os de dor. Vocês estão estragando tudo! Esse negócio de entrar na vida de uma pessoa, ajudando a fazer com que 1 minuto se transforme em uma vida inteira, e depois sair dessa mesma vida sem mais nem menos, não é algo que se recomende pra ninguém. Parece que ninguém mais se importa com ninguém. As pessoas estão deixando de ser pessoas para se tornarem copos plásticos, daqueles que você usa e depois joga fora sem pensar duas vezes. A metáfora pode ser pobre mas nem por isso menos certeira.

Dizer que gosta de alguém se tornou motivo pra se afastar e não pra se aproximar; parece ser a pior coisa a se ouvir, parece que cria-se então um escudo ou algo do tipo “não me venha com essa história”. Aí vem gente que diz “calma, já sofri demais e não quero passar por isso de novo” e essa reação soa como uma vingança em outra pessoa que nem tem culpa de nada, e que até que prove o contrário, é só mais uma pessoa tentando ser feliz com alguém. Confessar felicidade pela volta dos sorrisos, todos dedicados à alguém especial, também não é algo para se comemorar, é algo para prejudicar, para colocar por terra todos os planos.

O que vocês querem da vida então? Não dá pra perceber na segunda palavra que a pessoa está abrindo a vida pra você entrar? Não tem como dizer pro coração: “goste um pouco mais devagar”. Quem consegue esconder que está gostando? Por quê então fazem tão pouco com o muito que tanto fazem por vocês?

Vocês estão estragando tudo! É mais fácil conhecer uma pessoa que tem uma história triste pra contar do que uma feliz pra inspirar. E isso é culpa de vocês! Isso é culpa de vocês que não sabem o que querem, que trocam de opinião como trocam de roupa, que passam de um amor pro outro com se fosse uma baldeação no metrô. A vida não é só de vocês que agem dessa maneira, não mesmo!

Um beijo é feito por duas bocas, que fazem parte de duas pessoas, onde cada uma tem um coração e uma reação diferente, onde cada uma aproveita de um jeito diferente. Isso significa que tudo o que você fizer que tenha relação com outra pessoa terá efeito nessa outra pessoa. A língua portuguesa resume isso em uma palavra: respeito.

O olho no olho depois de um beijo é o passaporte para fazer as malas e se mudar para dentro da vida da pessoa.

Mas por quê vocês estão estragando tudo, então? Por quê vocês inventam tantas histórias como se lidassem com crianças recém nascidas? “Ah, porque eu não quero te ver mal”. Que saco, quanto mais você faz algo que não é sua vontade para não ver a pessoa mal, mais mal você está fazendo à ela. Se a sua vontade é ir embora e nunca mais telefonar, que seja dito isso e não algo do tipo: “Acho que você gosta mais de mim do que eu de você!”. Esta é uma das piores coisas a se ouvir!

Não se vive uma história pela competição, se vive pelo coração. É este coração que diz o quanto está gostando, o quanto está fazendo bem; ele que diz o tamanho da vontade de planejar coisas e incluir alguém nesses planos. Não existe essa merda de história de alguém gostar mais que outro alguém, as pessoas gostamdiferente, de jeitos diferentes, umas demonstram mais e outras menos. O que existe é o fim das coisas. Por mais cruel que seja. Existe o fim da vontade de continuar, de ligar, de perguntar se está tudo bem, de dizer que chegou em casa, de dizer pra onde está indo. Existe o fim, é isso, existe o fim, não existem desculpas, existe o fim das coisas.

“Ah você é uma pessoa perfeita, o problema sou eu e não você!” Mas é claro que o problema está em vocês que dizem uma coisa dessas! Ninguém é obrigado a gostar de ninguém e nem existe um contrato com data de validadedas histórias, mas existem as pessoas reais que mergulham e vivem cada segundo construindo momentos incríveis, momentos dos dois, momentos da história dos dois. Também não existe ninguém perfeito. Nem dá pra falar que existe quem erra menos, porque voltamos na questão da competição. Mas existem erros e acertos, didaticamente dessa maneira. Custa falar que cansou e que não quer mais? Custa ser real pelo menos na hora do tchau? O que não dá pra entender é como vocês inventam coisas pra justificar a real vontade de vocês!

A vontade de não machucar só machuca mais. A mentira pra esconder só traumatiza mais. A preocupação em manter uma amizade só diminui as chances disso se tornar verdade.

Vocês estão estragando tudo! Vocês e essas desculpas e esse jeito de lidar com as pessoas; jeito de lidar com o que as pessoas sentem. “Ah, mas você é sentimental demais, por isso fica mal assim!” É ISSO! Vocês precisam aprender que as pessoas não são iguais à vocês. Existem as que vão sofrer e vão chorar sangue com o fim de uma história, assim como existem as que vão sair pela porta sem olhar pra trás. O que não deve existir é essa falta de respeito de vocês para com todas as outras pessoas do mundo.

Valorize quem quis te dar um beijo, poderia ser qualquer outra pessoa, mas você foi a escolhida. Valorize quem te pede pra avisar se chegou bem em casa, poderia ser uma preocupação para qualquer outra pessoa, mas é por você. Valorize quem transa com você e te entrega o corpo, poderia ser pra qualquer outra pessoa, mas é com você. Valorize quem te pede desculpas, poderia ser qualquer mentira, mas é uma desculpa pra você. Que saco, valorize quem diz que gosta de você, poderia gostar de qualquer outra pessoa, mas gosta de você. É tudo uma questão de valorizar o que realmente importa nessa vida: o coração daspequenas coisas; a origem. Ao invés de ver possessividade no pedido de “me avisa quando chegar”, veja como alguém que se preocupa. Ao invés de ver como quem reclama demais as conversas tipo “você parece distante, não me manda mais mensagem” veja como alguém que está tentando melhorar a vida dos dois. Vocês, vendo com esses olhos egoístas, só estão estão estragando tudo!

Quem somos é tudo o que temos nesse mundo. E por isso, somos responsáveis em fazer desse mundo algo melhor na medida do possível. Existe amor dentro das pessoas, sabiam? Que vocês um dia percebam isso e parem de olhar só para os próprios umbigos e percebam que estão estragando tudo, antes que seja tarde demais. Vocês estão matando o que de melhor nós temos: nosso coração.”

3

Continue a leitura

Crônica amiga #01

Olá meninas, tudo bem? Ontem antes de dormir eu tive uma ideia. Como vocês sabem, eu amo crônicas sobre relacionamentos. É meu #guiltypleasure, tanto que vire e mexe escrevo aqui também as minhas.

Mas, como para escrever crônica eu tenho que estar inspirada (tenho 3 no forno, hein?), eu decidi que toda semana vou colocar a de alguém aqui – por isso o título “Crônica amiga. O que acham?

Hoje eu vou repostar o texto de um dos meus cronistas favoritos do momento, Ivan Martins (recomendação de um super leitor do blog). Ele escreve no site da revista Época todas as quartas e adorei de cara a forma como ele aborda os temas do cotidiano.

Agora com vocês, uma das minhas crônicas favoritas dele, “A zona da amizade”:

Ivan-Martins-crônica-amizade-relacionamentos-Lari-Duarte-blog-1

“Amizade não deveria ser prêmio de consolação para quem não consegue sexo ou romance, mas muitas vezes é. As pessoas se aproximam escondendo seus sentimentos – para não serem rejeitadas – e depois não sabem como colocá-los na mesa sem que pareçam ridículos ou descabidos. Viram amigos da pessoa que desejam, mas cheias de expectativas irrealizadas. Em termos afetivos, isso deve dever ser pior do que não ter relação nenhuma. Certamente é mais doloroso.

Tenho impressão que esse tipo de coisa acontece sempre com o mesmo tipo de pessoa. Ela não é inteiramente tímida, mas tampouco é segura o suficiente para expressar seus sentimentos com clareza. Para esse tipo de personalidade, seja homem ou mulher, a sedução pela amizade parece sempre uma boa solução. Ela oferece um jeito sem riscos de se aproximar e ganhar a intimidade do outro. O problema com essa sedução enviesada é que ela acaba sempre no mesmo impasse: como transformar o aconchego daquela amizade na tensão emocional que desemboca no sexo?

Muita gente não sabe o que é esse tipo de problema. São pessoas que têm o talento de se aproximar deixando claras suas intenções. Nem sempre são bem recebidas, mas ao menos não há equívoco. Todo mundo sabe o que está rolando e para onde aquilo conduz. É direto e excitante. Não se trata de uma abordagem inofensiva e nem pode ser confundida com amizade. Mas ela sempre traz para quem toma a iniciativa o risco de fazer papel de bobo. É um risco que certos egos estão dispostos a correr. Outros não.

Nem todo mundo sabe chegar chegando, sem parecer escroto ou piriguete. A maioria de nós começa a conversa como pode, nos limites da situação e da personalidade. Só mais tarde, lá na frente, vai perceber que pegou o caminho errado, aquele que conduz a um lugar subjetivo que o meu amigo Xandão – um homem sensível de 1,90m de altura e ombros de remador – chama de zona da amizade.

Sair da zona da amizade e entrar na zona do romance não é fácil. Demanda sorte. O outro tem que embarcar no mesmo sentimento. Em algum momento, a percepção sobre quem está ao lado precisa mudar – e é melhor que não aconteça às 3 horas da manhã, quando todo mundo está bêbado. Romances de madrugada entre amigos costumam trazer mais constrangimento que felicidade.

Melhor é começar direito, mesmo que seja difícil.

Quem está encantado pela outra pessoa, tem de deixar claro. Não pode ser grosseiro, não precisa ser vulgar, mas não se deve esconder os sentimentos. Como? Sei lá, mas evite baixar os olhos, sustente o sorriso, converse. Conversar não é o oposto de beijar ou transar, é uma preparação para isso tudo. Nem precisa ser uma conversa especial, eu acho. Quando a atração existe, ela permeia qualquer papo. Aos poucos, o ritmo da fala vai mudando e os corpos se aproximam. Pode não acontecer tudo hoje, mas uma hora acontece – se houver reciprocidade.

Quando ela não existe, melhor perceber logo e tomar, sinceramente, uma de duas atitudes possíveis: cair fora ou virar amigo. Mas amigo mesmo, desses que botam na cama PARA DORMIR a amiga linda e bêbada. Dessas que não se incomodam em ouvir o cara chorando por causa daquela desgraçada que trocou ele por outro. Essas amizades são lindas. Eu acredito sinceramente que elas existem. Mas deveriam ser claras e simples. Tão claras e tão simples quanto possível à complexa e obscura personalidade humana.”

httpepoca.globo.comcolunas-e-blogsivan-martins

PS: o que acharam? quero muito saber : )

Continue a leitura

Os 3 (felizes) kgs a mais

balanca

Para quem não sabe, uma das grandes paixões da minha vida se chama Peter, um chihuahua de 6 anos de idade – com mentalidade de 1 – e que pesa 1kg 500. Mas, essa crônica não é sobre ele, e sim sobre os “dois Peters” que ganhei desde que fiquei solteira. Isto é, 3kgs a mais na balança.

Pode soar exagerado esse texto, eu sei que não estou à beira da obesidade, mas toda vez que olho o Peter custo a acreditar que dois dele estão espalhados entre culote, barriga e braços. Porém, me chamem de louca, até que eu gostei desses quilinhos e vou explicar.

Há umas 2 semanas, já reparando que estava mais bochechuda e com aquelas safadas teimosas das celulites a mais, resolvi retornar a minha endocrinologista. Deveria ter uns 6 meses que eu não ia, e o comentário dela sobre meu exame, principalmente meu peso, já era o esperado: “o que aconteceu Larissa? Seu maior peso registrado comigo”.

Batimento de recorde a parte e milhões de desconfianças depois (tireóide, hormônios etc…), eu resolvi contar a verdade, “Dra. Estou solteira” e recebi um “ah! Então está explicado”.

Esse comentário me fez reavaliar tudo que fiz/vivi que poderia ter feito eu ganhar esses Peters. Noites viradas, fim de festas terminadas entre pizzas e Mc Donalds, alguns – ok, muitos – drinks a mais, falta de tempo para exercícios… E por aí vai, uma vida bem saudável #SóQueNão. Mas, parei para pensar, e de coração? Faria tudo de novo.

Afinal, tudo isso foi a base de crises – e muitas – de riso, gargalhadas, muitas histórias para contar, fortaleci ainda mais grandes amizades, aprofundei novas amizades, descobri ser uma pessoa querida por quem nem imaginava, e o principal, nunca me senti tão em paz comigo mesma.

Se a consequência de “tudo isso” são 3kgs a mais, então eles foram mais do que bem vindos e vividos. E cheguei a conclusão que mais vale uma barriguinha saliente com um sorriso no rosto, do que uma chapada/sarada entre choros e brigas. É o que eu sempre digo, uma mulher bem resolvida e feliz abre muito mais portas que uma mau humorada na calça 36, vai por mim.

De qualquer forma, enquanto isso confesso que vou tentar conciliar os dois, uma vida bem vivida e meu corpitcho de volta.

PS: quem me segue no Instagram (@blogdalari) sabe que estou indo viajar. No momento aguardo minha conexão no aero de Lisboa e sabe-se lá por que tenho tanta concentração para trabalhar em aeros. Acho que vou montar meu escritório em um rs.

Continue a leitura